ASCENSÃO DO SENHOR JESUS
Queremos hoje refletir sobre a Ascensão do Senhor Jesus, meditar e orar
com Ele sobre este momento final da sua passagem pela Terra e o que tudo isto
significa para nós.
Dois autores vão nos ajudar a refletir.
Iniciamos com uma frase de Jesus a Santa Faustina:
A
humanidade, disse Cristo
que apareceu à irmã Faustina Kowalska, "não encontrará a paz até
quando não se dirigir à fonte da minha misericórdia".
Que
Jesus envie sobre nós o seu Espírito Santo para nos ajudar a compreender melhor
a sua misericórdia, meditando sobre a sua Ascenção.
PRIMEIRO TEXTO
Que celebramos com a Ascensão? A Ascensão é mais um aspecto
da cristologia pascal.
Cristo alcançou, na Ascensão, uma situação e um estado de infinitude que
lhe permite preencher tudo com sua presença definitiva, e para comunicar-nos
sua presença divina. Portanto, não se trata de uma Ascensão para um lugar
físico que o afastaria para longe da humanidade.
A nuvem que o “oculta”, enquanto subia ao céu, não está nos indicando
sua “ausência”, mas uma forma distinta de sua presença. Daqui em diante, Jesus
estará presente entre nós através de seu Espírito, cuja missão é ser memória
permanente e dinâmica para que não nos esqueçamos do que Ele disse e fez.
Precisamos recordar que, terminada a presença histórica de Jesus,
vivemos o “tempo do Espírito”, tempo de criatividade e de crescimento
responsável.
O Espírito não nos proporciona a nós, seguidores(as) de Jesus, “receitas
eternas”. Mas nos dá luz e ânimo para buscar caminhos sempre novos a fim de
prolongar hoje o modo original de ser e de atuar de Jesus. Assim Ele nos conduz para a verdade completa de Jesus.
Como Jesus, a única maneira de alcançar a plenitude da vida não é “subir”,
mas é “descer” até o mais profundo de nosso ser. Aquele que mais desceu é o que subiu mais alto.
Jesus deixou suas pegadas cravadas na terra, mas os discípulos ficaram
assombrados com o olhar fixo nas alturas. Ao céu só se chega caminhando para as
profundezas de nosso ser, pois só no mais profundo de cada um (céu interior),
podemos encontrar o divino.
Não causa estranheza que, ao narrar a despedida de Jesus deste mundo,
Lucas descreva de forma surpreendente: Jesus ergue as mãos e “abençoa” seus
discípulos. É seu último gesto. Jesus volta ao Pai levantando as suas mãos e
abençoando os seus seguidores. Ele entra no mistério insondável de Deus
e sobre o mundo faz descer sua benção. Jesus deixa atrás de si sua benção.
Os discípulos, envolvidos por sua benção, respondem ao gesto de Jesus
indo ao templo cheios de alegria. E estavam ali “bendizendo” a Deus.
Ao fixar a atenção no seu “bendizer” e fazendo uma tradução ao pé da
letra do verbo grego “eu-logeo” (“eu”= bem; “logeo”= dizer), ficamos surpresos
de que Jesus sobe aos céus dizendo coisas boas de seus discípulos e deixando um
“informe final” sobre eles, claramente positivo.
É como se, antes de partir, Jesus tivesse redatado sua avaliação para
prestar contas ao Pai e, para alívio nosso, revela-se satisfatória e elogiosa:
somos boa gente, com pontos da vida a serem melhorados com certeza, mas, no
conjunto, estamos bem. Ele leva anotadas muitas coisas boas de nossas vidas
para contá-las ao Pai.
Jesus sempre gostou de “abençoar”. Abençoou as crianças,
os pobres, os doentes e desventurados. Seu gesto era carregado de fé e de amor.
Ele desejava envolver aqueles que mais sofriam, com a compaixão, a proteção
e a benção de Deus.
A partir de então, seus(suas) seguidores(as) começam sua caminhada,
animados por aquela benção com a qual Jesus curava os doentes, perdoava os
pecadores e acariciava os pequenos.
Nós, seguidores(as) de Jesus, somos portadores(as) e testemunhas de sua benção no mundo.
Como cristãos, esquecemo-nos que somos canais da bênção de Jesus. A nossa primeira tarefa é ser testemunha da Bondade de Deus. Manter viva a esperança, não nos rendermos diante de tanto “maldizer”.
Deus olha a humanidade com ternura e compaixão.
Já faz muito tempo que esquecemos isso, mas a Igreja deve ser, no meio
do mundo, uma fonte de benção. Num mundo onde é tão frequente
“maldizer”, condenar, prejudicar e difamar, é mais necessária do que nunca a
presença de seguidores(as) de Jesus que saibam “abençoar”, buscar o bem, dizer
bem, fazer o bem, atrair para o bem.
A benção é uma prática enraizada em quase todas as culturas como o
melhor desejo que podemos despertar para com os outros. O judaísmo, o islamismo
e o cristianismo lhe deram sempre grande importância. E, embora em nossos dias
tenha sido reduzida a um ritual quase em desuso, não são poucos os que ainda
destacam seu conteúdo profundo e a necessidade de recuperá-la.
Abençoar é, antes de mais nada, desejar
o bem às pessoas que encontramos em nosso caminho. Querer o bem de maneira
incondicional e sem reservas. Querer a saúde, o bem-estar, a alegria..., tudo o
que pode ajudá-las a viver com dignidade. Quanto mais desejamos o bem para
todos, mais possível é sua manifestação.
Abençoar é desejar a alguém o bem do mais profundo de nosso ser, mesmo que nós não sejamos a fonte da benção, mas apenas suas testemunhas e portadores. Aquele que abençoa não faz senão evocar, desejar e pedir a presença bondosa do Criador, fonte de todo bem. Por isso, só se pode abençoar numa atitude de agradecimento a Deus.
A benção faz bem a quem a recebe e a quem a pratica. Quem abençoa os outros abençoa-se a si mesmo. A benção fica ressoando em seu interior, como prece silenciosa que vai transformando seu coração, tornando-o melhor e mais nobre.
Ninguém pode sentir-se bem consigo mesmo enquanto continua maldizendo o
outro no fundo do seu ser. Não é possível ser canal de benção do Criador se do
próprio coração brotam palavras de intolerância, de preconceito e julgamento.
“Maldizer” o outro é maldizer-se a si mesmo.
Para meditar na oração
·
Fazer memória dos momentos em que
você foi canal de benção para muitas pessoas.
·
Você usa as redes sociais para
“bendizer” ou “mal-dizer”?
(Comentário de Adroaldo Palaoro (Lc 24,46-53)
SEGUNDO TEXTO
REFLETINDO SOBRE A ASCENSÃO DE
JESUS AOS CÉUS
São os últimos momentos de Jesus com os Seus. Em seguida os deixará para
entrar definitivamente no mistério do Pai. Já não os poderá acompanhar pelos
caminhos do mundo como o fez na Galileia. Sua presença não poderá ser
substituída por ninguém.
Jesus só pensa que chegue a todos os povos o anúncio do perdão e
da misericórdia de Deus. Que todos escutem sua chamada à conversão. Ninguém
deve sentir-se perdido. Ninguém deve viver sem esperança. Todos devem saber que
Deus compreende e ama sem fim seus filhos e filhas. Quem poderá anunciar essa
Boa Nova?
Segundo o relato de Lucas, Jesus não pensa em sacerdotes ou bispos. Nem em doutores ou teólogos. Quer deixar na terra «testemunhas». Isto é o primeiro: «Vós sois testemunhas dessas coisas».
Serão testemunhas de Jesus os que comunicarem sua experiência num Deus
bom e contagiarem com seu estilo de vida, trabalhando por um mundo mais humano.
Mas Jesus conhece bem seus discípulos. São fracos e covardes.
Onde encontrarão a audácia para serem testemunhas de alguém que foi
crucificado pelo representante do Império e pelos dirigentes do Templo? Jesus
tranquiliza-os: «Eu vos enviarei o dom prometido pelo meu Pai». Não
lhes vai faltar a «força do alto». O Espírito de Deus os defenderá.
Para expressar graficamente o desejo de Jesus, o evangelista Lucas
descreve sua partida deste mundo de forma surpreendente: Jesus volta ao
Pai, levantando suas mãos e abençoando seus discípulos. É seu último
gesto. Jesus entra no mistério insondável de Deus e sobre o mundo desce sua
bênção.
Os cristãos esqueceram que somos portadores da bênção de Jesus.
Nossa primeira tarefa é ser testemunhas da Bondade de Deus, manter viva
a esperança, não nos rendermos ante o poder do mal. Este mundo que às vezes parece um «inferno maldito» não está perdido.
Deus olha para ele com ternura e compaixão. Também hoje é possível
fazer o bem, difundir a bondade. É possível trabalhar por um mundo mais humano
e uma convivência mais saudável. Podemos ser mais solidários e menos egoístas.
Mais austeros e menos escravos de dinheiro. A mesma crise econômica
pode levar-nos a procurar urgentemente uma sociedade menos corrupta.
Jesus é uma bênção e as pessoas precisam sabê-lo. O primeiro é
promover uma «pastoral da bondade». Temos que sentir-nos como
testemunhas e profetas desse Jesus que passou a vida semeando gestos e palavras
de bondade. Assim despertou no povo da Galileia a esperança em um Deus Bom
e Salvador.
Jesus é uma bênção e as pessoas devem saber disso.
(Comentário de José Antônio
Pagola,
http://www.ihu.unisinos.br/42-noticias/comentario-do-evangelho/589554-a-bencao-de-jesus)
Para
meditar na oração:
· Jesus quer deixar na terra testemunhas.
O que é ser testemunha de Cristo, segundo
o texto?
·
Por que não vai faltar a «força do
alto» para as testemunhas de Jesus de todos os tempos?
·
Do que nós cristãos esquecemos?
·
Qual é a nossa primeira tarefa?
·
Este mundo não está perdido. O que
também hoje é possível fazer?
·
Como interpretar o que o autor disse:
“O primeiro é promover uma «pastoral da bondade». O que seria uma pastoral da
bondade?
·
Como o autor revela que devemos nos
sentir?
O QUE RESPONDER A JESUS?
Oração
Oremos, louvando a bondade do nosso
Deus, que nos inspira a viver nos seus passos de amor, rezando o Salmo 102/103.
Salmo responsorial:
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
2 Bendiga o Senhor, ó minha alma, e não esqueça nenhum dos seus benefícios.
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
3 Ele perdoa suas culpas todas, e cura todos os seus males.
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
4 Ele redime da cova a sua vida, e a coroa de amor e compaixão.
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
8 Deus é compaixão e piedade, lento para a cólera e cheio de amor.
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
11 Como o céu se ergue por sobre a terra, seu amor se levanta por aqueles que o temem.
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
13 Como um pai é compassivo com seus filhos, o Senhor é compassivo com aqueles que o temem:
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Bendiga o Senhor, ó minha alma, e todo o meu ser ao seu nome santo!
Que a bênção do nosso Deus de bondade e misericórdia desça sobre nós! Sem esquecermos de sermos também nós uma bênção na vida de todos os irmãos !
Para complementar a reflexão:
Porque não
há pecado tão
pesado ou grave
que não possa
ser limpo pela
penitência e o arrependimento. (Jesus a Sta Brígida)
Meu corpo foi ferido uma vez e morreu em tormentos, mas ele nunca mais será ferido nem morrerá. Da mesma forma, aqueles que são incorporadas em mim com uma verdadeira fé e vontade perfeita, nunca morrerão longe de mim; pois onde quer que fiquem, ou sentem ou caminhem, estarei sempre com eles como seu terceiro. (Jesus a Santa Brígida)
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