Somos convidados a repensar, neste tempo
de advento, porque foi preciso que o Filho de Deus viesse ao mundo e se fizesse
homem como nós.
RELEMBRANDO A
HISTÓRIA MAIS IMPORTANTE DA HUMANIDADE
São Bernardo
nos apresenta o dilema de Deus a respeito do homem, a contenda entre a justiça
divina e a misericórdia.
Deus tinha
um plano de amor. Neste plano, criou o homem para reinar sobre todas as outras
coisas criadas em paz e harmonia. Este era para ser o paraíso onde todos seriam
muito felizes e onde Deus estaria sempre com eles.
Mas Adão e
Eva foram tentados pelo mal. E caíram na tentação.
Adão e Eva
cometeram o pecado original. Desobedeceram a Deus, deixaram-se levar pela
tentação de serem semelhantes a Deus. Então, esconderam-se dele com medo e
vergonha. Separaram-se de Deus. E o tempo foi passando e, no céu, Deus se via
diante de um dilema.
E agora? O
que vai acontecer?
- Estou
perdida — diz a justiça — se Adão não for punido.
A misericórdia, ao contrário, replica:
- Estou
eu perdida, se o homem não for perdoado.
Em vista de
tal contenda, o Senhor decide que, para salvar o homem réu de morte, há de
morrer um inocente.
Na terra,
porém, não se achava um que fosse inocente.
Portanto —
disse o Pai Eterno — já que entre os homens não há quem possa satisfazer à
minha justiça, quem irá resgatar o
homem?
Os anjos, os
querubins, os serafins, todos guardam silêncio, ninguém responde.
Só responde
o Verbo Eterno que diz:
— “Aqui me tens a mim, envia-me”.
Meu Pai —
diz o Filho unigênito — a sua majestade, por ser infinita, e ofendida pelo
homem, não pode ser plenamente satisfeita por um anjo, que é uma pura criatura.
E ainda que quisesses te contentar com as satisfações de um
anjo, considera que, apesar de tantos benefícios prestados ao homem, apesar de
tantas promessas e ameaças, não conseguimos ganhar o seu amor, porque até hoje
não conheceu o amor que lhe tínhamos.
Se quisermos obrigá-lo irresistivelmente a amar-nos, que ocasião
se nos pode deparar mais própria do que esta?
Permite que, para remir o homem, eu, seu Filho, desça sobre a
terra e tome a natureza humana. Permite que, pagando com a minha morte as penas
devidas ao homem, satisfaça plenamente a sua justiça divina, e o homem fique
bem convencido do nosso amor.
Mas considera, meu Filho — assim responde o Pai — considera que, encarregando-Te de pagar
pelos homens, terás de levar uma vida toda de trabalhos, e os homens Te pagarão
com a mais negra ingratidão. Depois de teres vivido trinta anos como simples
auxiliar de um pobre artífice, quando afinal saíres a pregar e a manifestar
quem és, haverá, é verdade, uns poucos que Te queiram seguir; mas a maior parte
dos homens Te desprezará, chamando-Te
impostor, feiticeiro, louco, samaritano, e finalmente te farão morrer
ignominiosamente, exausto de tormentos, sobre um lenho infame.
- Não importa — responde o Filho — a tudo me sujeito, contanto que
seja salvo o homem:
— “Aqui me tens a mim, envia-me”.
E assim foi
decretado que o divino Filho se fizesse homem e redentor dos homens.
E Jesus
nasceu do seio de Maria, e foi colocado numa pobre manjedoura, porque não havia
lugar para eles nas casas dos homens.
Ó amor tão grande e incompreensível de
Deus!
Mas como temos nós, até este
momento,
respondido a tão grande
benefício?
(adaptado de “Há Milagres que só acontecem no Natal”,
Instituto HeSed)
Diante desta
história, somos convidados a olhar os personagens com os olhos da MISERICÓRDIA.
Como é o papel do Pai diante da perdição da humanidade? Qual é o papel do
Filho? E qual é hoje o nosso papel como membros desta humanidade que Deus não
desistiu de salvar?
Jesus foi avisado:
Uma negra ingratidão...
haverá, é verdade, uns poucos que Te queiram seguir...
mas a maior parte dos homens Te desprezará...
ou continuará
indiferente ao teu sacrifício...
chamando-Te impostor,
feiticeiro, louco, samaritano...
um espírito superior, um
grande santo ou mais um profeta...
ou ainda questionarão
tudo: será mesmo verdade que existiu? ou
é uma invenção para nos escravizar ainda mais? Deus existe? Então por que tanta
dor neste mundo? E a culpa é lançada para deus! A culpa das escolhas que os
homens fazem a todo instante.
E proibirão de te colocar
nos locais públicos, nas escolas públicas...
E vão oferecer distrações,
prazeres imediatos, comodidades... para mostrar que não precisam de deus...
e finalmente te farão morrer ignominiosamente,
exausto de tormentos, sobre um lenho infame.
E te cuspir no rosto: não
precisamos de ti!
- Não importa — responde o Filho — a tudo me sujeito,
contanto que o homem seja salvo:
— “Aqui me tens a mim, envia-me, ó
Pai!”.
Mas como temos nós, até este
momento,
respondido a tão grande
benefício?
Mesmo que todos os homens se decidam que
Deus não existe, nem por isto seu amor deixará de se derramar sobre cada um de
nós!
Ó amor tão grande e incompreensível de
Deus!
Por isso, Senhor, nós que
cremos em ti, nós que acreditamos em teu filho jesus, o nosso salvador, queremos
neste tempo de advento te louvar e bendizer pelo teu amor tão grande e
misericordioso, através do salmo 18, enquanto esperamos a tua volta.
Responsório
— Seu som
ressoa e se espalha em toda a terra.
— Seu som
ressoa e se espalha em toda a terra.
— Os céus
proclamam a glória do Senhor, e o firmamento a obra de suas mãos; o dia ao dia
transmite esta mensagem, a noite a noite publica esta notícia.
— Não são
discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som
ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.
Vejam, o som de Deus já ressoa e se espalha em toda a
terra.
O som do seu amor, da sua salvação!
A voz de deus que ressoa para nós:
- Eu sou o seu
Deus e cuido de vocês, porque são o meu povo amado!
Queremos
proclamar junto com os anjos hoje e sempre:
Anunciamos
para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um
Salvador, que é o Messias, o Senhor. (Lc 2,10-11)
Vai nascer de novo, para nós, um Salvador, que é o
Messias, o Senhor! E será uma grande alegria para todos nós, o povo de Deus!
Preparemos o nosso coração para acolher este Salvador
que vem de novo renovar sua aliança de amor conosco neste Natal!
Aproximemo-nos com confiança do trono de
graça, e peçamos ao Espírito Santo que abra os nossos corações para que o amor
de Deus feito homem possa morar em nós para sempre!
A BÊNÇÃO
Oh!
Santíssimo Filho de Maria Imaculada e amado Redentor nosso!
Assim como preservaste Maria do pecado original em sua Imaculada
Conceição, e a nós nos fizeste o grande benefício de nos livrarmos dele por
meio de teu Santo Batismo, assim rogamos humildemente nos concedas a graça de
nos portarmos sempre como bons cristãos, seguidores de Cristo, regenerados em
ti, Nosso Pai Altíssimo, pelos méritos de teu Filho, nosso Senhor.
Conceda-nos
a tua bênção, Senhor, que acolhemos com
muito amor:
- Em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
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